sábado, 30 de julho de 2011

EXIBIÇÃO NO OSCAR STEVESON

Hoje fui exibir o Documentário na Unidade Prisional Oscar Steveson, onde ainda cumprem pena as detentas JÉSSICA e LUCIANA que estão no regime semiaberto.

Foi bom revê-las depois de 1 ano e 7 meses. A LUCIANA está bem mais magrinha e a JÉSSICA está linda, com o cabelo enorme, batendo na cintura. Elas ficaram muito feliz em me reencontrar depois desse tempo que não pudemos termais contato. Conversamos bastante e elas parecem mais felizes nessa unidade prisional do que na época do TALAVERA BRUCE. Elas adoraram o Documentário e acharam bacana poder ver sua imagem no filme e também rever a cadeia onde cumpriram pena durante muitos anos.

A JENNIFER, agora ex-detenta, já ganhou a liberdade depois de cumprir integralmente a sua pena. Agora ela aguarda o momento de retornar para a França, seu País de origem.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

EXIBIÇÃO NO TALAVERA BRUCE



Depois que a Justiça e a Secretaria de Aministração Penitenciária autorizaram a exibição do Documentário para as personagens no interior da unidade prisional, hoje estive no TALAVERA BRUCE para exibir o Documentário para a personagem DIONE.

Nos reencontramos depois de 1 ano e 7 meses. Ela estava linda como sempre. Conversamos bastante, ela me contou algumas coisas que ocorreram nesse período, mas em fim, ela já está prestes a sair do TALAVERA BRUCE e ir para uma unidade onde possa cumprir o semi aberto, já que teve a progressão de regime deferida.

Ela assistiu o Documentário. Gostou muito do filme. Reforçou que o filme de voz a todas as 5 personagens e que tratou todas com dignidade, e foi suave quando tocou no passado delituoso sem glamurização do crime. O mais importante é que revelou a preocupação dela e das companheiras com o futuro e com a necessidade de oportunidades para voltarem ao convívio em sociedade livre.

Adorei rever DIONE. Muitas saudades. Ganhei o dia.

Estou muito feliz porque ouvir do personagem que ele gostou muito do filme, que o filme ficou bonito e que tocou realmente no ponto que é preciso ser transmitido, renova as minhas forças para continuar a batalha e lutar por várias formas de exibição e veiculação da história delas.

Ela também ficou muito feliz de saber que o Documentário que conta um pouco da história dela e dos seus conflítos dentro e fora da cadeia, seus sonhos, foi exibido no dia 29/06/2011 no CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no Primeiro Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, para especialistas no assunto, Juízes, Promotores, Defensores, Desembargadores, Ministros e membros de entidades estrangeiras.

Ela também ficou impressionada com essa posição da Justiça de, com esses eventos que também são divulgados on line, fazer a sociedade conhecer e pensar sobre a segregação feminina e os direitos das mulheres no cárcere.

Missão quase cumprida. Que venha a próxima.

Glórias a DEUS!

Semana que vem vou exibir para a JÉSSICA, JENNIFER  e LUCIANA.

domingo, 3 de julho de 2011

ERRAR É HUMANO. AJUDAR QUEM ERROU É MAIS HUMANO AINDA.


Por Mônica Barros


No Auditório Externo do Superior Tribunal de Justiça – STJ, Brasília/DF, em 29 de junho de 2011, quarta-feira, ocorreu o Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, realizado sobre a coordenação do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas Socioeducativas (DMF), do Conselho Nacional de Justiça.

Este foi primeiro evento desta temática, histórico para o nosso país e o Poder Judiciário e contou com a presença de juízes, desembargadores, sociólogos, psicólogos, assistentes sociais, médicos, representantes da Pastoral Carcerária, Direitos Humanos, advogados, estudantes, enfim profissionais e estudiosos  interessados neste tema.

Durante o encontro foram discutidos os efeitos do cárcere na vida da mulher, como sua saúde física, mental e comportamental.  Foram levantadas questões como qualificação e salários de funcionários envolvidos com o sistema carcerário brasileiro, insalubridade, seus compromissos com sua profissão.  Foi chamada a atenção para o descaso das condições físicas da população carcerária feminina, celas com umidade, falta de ventilação, celas escuras, doenças infectocontagiosas, problemas de superlotação, enfermarias fechadas e intolerância de religiões dentro da cadeia.

Na palestra “Criminalização Feminina – o porquê do aumento da criminalidade Feminina”, trouxe o tráfico de drogas, como sendo responsável pelo aumento de prisões de mulheres, além da exibição do Documentário “Se eu não tivesse amor”, que apresentou a história de 05 mulheres condenadas por envolvimento direto ou indireto nos crimes idealizados e executados por seus namorados, maridos e/ou companheiros.

O ciclo de palestras e debates realizados durante o seminário, foi encerrado com  uma questão mundial, qual a idade ideal para separar a mãe do filho? No cárcere as crianças são presas por tabela.  Seria um trabalho em conjunto do LEP, Lei de Execução Penal com o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente?

A mulher foi retratada não como um sexo frágil e sim sensível, que passa por problemas de saúde, como depressão, ansiedade, transtorno, sem notícias da família, sem filho. Isso faz com que ela sofra muito mais com o encarceramento do que o homem porque há a questão da preocupação com o filho, a forma como o deixou e as pessoas com quem o deixou.

Reflexões foram expostas já que o contexto penitenciário foi focado para os homens e não para mulheres, que possuem características especiais.  Onde fica a dignidade da pessoa humana, independente de gêneros? Com o auxílio da Sociedade, do Poder Judiciário, do ESTADO, a questão da prisão será reeducação e não castigo. Como o próprio slogan do evento diz, ERRAR É HUMANO. AJUDAR QUEM ERROU É MAIS HUMANO AINDA.